Sunday 10 May 2009

Os kassav da nossa vida






No sabádo último tive o prazer de reouvir grandes balanços musicais dos Kassav. Estes foram durante a decada de 80/90 talvez o grupo que maior aceitaçao teve entre os jovens angolanos da época. Ouvir vozes como as the Jean Philip Martelli, Patrick Saint Loius, Jocelyne, Jacob e outros era um absoluto prazer. Ver Marie Jibbon Jose dancar ao som cativante de move jou de jocelyne mexia com uma juventude a muito sedenta de qualidade musical. Ai eramos todos contagiados. Nao dançar musicas como Ce Pa Dje Dje ( Desculpe pelo meu fraquissimo francês) era comparavel a verdadeiro desastre. Este grupo que marcou profundamente (principalmente) a geraçao nascida nos anos 60 inicios de 70 tinha uma maneira de tocar cativante para a juventude angolana e africana/caraibas de tal modo que em festas entre nós era comum tocar - se a 60% músicas dos kassav, sendo os outros 30% reservada a música pop e brasileira. Os restantes 10% era música Angola e plenas Latinas tocadas principalmente a madrugada, quando a bebedeira tinha tomado conta dos corpos e mentes, sendo portanto a qualidade negligenciada. Nao que as plenas nao fossem boas. Nao. Ouvir um “estao matando los anios” era uma maravilha. O mesmo ja nao se podia dizer de ouvir os jovens do prenda, Kiezos, acompanhando Robertinho, Antónios Paulino e do Fumo e outros que desfaziam os nossos ouvidos com música paupérrima ( estes que desculpem-me a franqueza, mas do meu ponto de vista, sua música era um absoluto desastre). Felizmente surgiram vozes e dedos inovadores. Eduardo Paim e o seu SOS, Ruca Vandunem, Pedrito, Waldemar Bastos, Joao de assunçao ( lembram-se dele ? ) Manborró, Carlitos Burity e outros vieram limpar a barra e começou finalmente no final de 80, principio dos anos 90 a ouvir-se música decente. Hoje estamos completamente liberados. Nas festas inverteu-se o cenário. Mais de 60% da música é produçao nacional. O resto é algo que vem do Brasil, USA, Europa e resto do mundo. Mas voltando aos Kassav. Nunca nenhum grupo tocou tao profundamente a juventude angola. Foi bonito ver e viver os kassav na sua mais profunda intensidade. Alguns tentaram com certo sucesso tocar a nossa juventude tao profundamente. Jacinto Tchipa fe-lo por algum tempo. Paulo Flores estará eternamente nos nossos coraçoes. Pedrito jogou flores no meio de abrolhos. Bonga animava as noites diaspóras e mentes reprimidas com muito talento e mestria. Mas os Kassav’s foram os reis e senhores dos anos 80. Olho para o futuro com confiança e esperança de que um dia em Angola um grupo há de emular tamanho sucesso. Qualidade nao nos falta. Talvez mais profissionalismo, mais dedicaçao e menos tiba na hora do trabalho. O pais vós esta a disposiçao, os nossos bolsos e ouvidos também. Quem quizer pode tomar conta do Mercado. Yannick começou bem. Paulo Flores será sempre uma presença. Mas quem será o rei moderno da música angolana ? Uns atreveram-se a escolher Elias Dia Kimuezo como o nosso rei. Quem lhes deu tal direito ? Basearam-se em que critérios ? Quem os autorizou ? Quem os credenciou ? Quem quiser reinar aqui no burgo deverá doravante merece-lo. Por animar nossos coraçoes com boa música, por muitos dias, muitas semanas, muitos anos. Ai o povo, nao os criticos musicais, os radialistas ou os homens de cultura, voltar-se-ao um para o outro e dirao: “ Fulano(a) é indubitavelmente o rei/rainha da musica Muangolé” . Até lá continuo a espera.

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